A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu nesta sexta-feira (16) contra o TikTok, mantendo uma lei que exige que o popular aplicativo de vídeos curtos seja vendido por sua empresa controladora, a chinesa ByteDance, ou seja banido no país até o dia 19 de janeiro.
A decisão vem após uma batalha judicial acirrada, levantando questões sobre segurança nacional e liberdade de expressão. A lei, aprovada por uma ampla maioria bipartidária no Congresso em 2024, foi sancionada pelo presidente Joe Biden, que defendeu que o controle do TikTok pela ByteDance representa uma ameaça significativa à segurança dos dados norte-americanos.
Decisão e argumentos de ambos os lados
A Suprema Corte agiu rapidamente, realizando audiências em 10 de janeiro, apenas nove dias antes do prazo estipulado. Os juízes consideraram que a lei não viola a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que protege a liberdade de expressão.
Durante o julgamento, a advogada do Departamento de Justiça, Elizabeth Prelogar, afirmou que o controle do TikTok pela ByteDance representa um risco à segurança nacional, argumentando que a China poderia acessar dados confidenciais de usuários e utilizá-los para espionagem e operações de influência.
“O imenso banco de dados do TikTok pode ser usado como uma ferramenta poderosa para prejudicar os Estados Unidos”, declarou Prelogar. A ByteDance, entretanto, refutou as alegações, alegando que a lei prejudica não apenas a empresa, mas também os direitos de seus usuários e criadores de conteúdo.
Impacto da decisão no TikTok e na ByteDance
O TikTok, que possui cerca de 270 milhões de usuários nos EUA, enfrenta um futuro incerto. A lei exige que a ByteDance venda o aplicativo para uma empresa norte-americana ou interrompa suas operações no país. Segundo a empresa, a proibição pode impactar severamente sua base de usuários, anunciantes e os 7.000 funcionários nos EUA.
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Donald Trump, que reassume a Presidência em 20 de janeiro, indicou apoio a uma solução que mantenha o TikTok ativo, desde que um acordo viável seja alcançado. O novo conselheiro de segurança nacional de Trump, Mike Waltz, sugeriu uma prorrogação do prazo caso haja progresso significativo na negociação para a venda do aplicativo.
Cenário político e repercussões
A disputa ocorre em meio a tensões crescentes entre os EUA e a China, reforçando o debate sobre o papel de empresas estrangeiras no controle de dados sensíveis. Enquanto líderes republicanos e democratas concordam sobre a necessidade de ações contra o TikTok, há divisões sobre a melhor abordagem para lidar com o problema.
O presidente do Senado, Chuck Schumer, pediu mais tempo para que o TikTok encontre um comprador americano, enquanto a Suprema Corte manteve o prazo original. A decisão final poderá redefinir a relação entre governos e plataformas de mídia social no futuro.
Com a decisão da Suprema Corte, o TikTok enfrenta um dos momentos mais críticos de sua existência nos EUA. Enquanto a ByteDance busca uma solução, o destino do aplicativo continuará a ser observado de perto por líderes globais e usuários.