O dia 11 de abril de 2025 entrou para a história do Exército Brasileiro. A 1º Tenente Emily de Souza Braz, de apenas 24 anos, tornou-se a primeira mulher a se formar no curso de pilotos de aeronaves da Força, um marco aguardado há quase quatro décadas.
Natural de Santana do Livramento, no interior do Rio Grande do Sul, Emily já havia feito história ao integrar a primeira turma de oficiais femininas da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Agora, com sua formatura no curso da Cavex (Comando de Aviação do Exército), em Taubaté (SP), ela inaugura uma nova fase de representatividade feminina na aviação militar brasileira.
“Durante a rotina do curso a gente não consegue pensar na proporção que é esse momento, mas é uma grande honra e também uma responsabilidade enorme representar tantas mulheres que sonham em ocupar espaços tradicionalmente masculinos me motiva ainda mais“, declarou Emily Braz, com emoção.
Uma trajetória de coragem e pioneirismo
Durante o curso no Cavex, Emily compartilhou as salas e voos com outros 13 homens, enfrentando treinamentos rigorosos, incluindo simulações com óculos de visão noturna. A formação exige conhecimento técnico profundo das aeronaves, situações de emergência e preparo físico e psicológico.
“A gente tem que conhecer bem a máquina que a gente voa, não só o que ela tem, mas também o que pode acontecer durante o voo. O piloto tem que estar com o pensamento à frente, porque voando não tem acostamento”, explicou a tenente.
A formatura contou com a presença do comandante do Exército, General Tomás Ribeiro Paiva, que celebrou o feito:
“É um marco para todos nós, porque a gente assim vai integrando o segmento feminino em todas as linhas operacionais que a gente tem. Na maioria delas.”
Emoção em família: legado militar
A relação de Emily com o Exército começou dentro de casa. Seu pai, o 2º Tenente Carlos Braz, também serve à corporação, e foi um dos principais incentivadores da filha:
“Colocou na cabeça que queria ser piloto e começou a trabalhar em função disso. Graças a Deus, Deus abençoou que ela conseguiu.”
A mãe, Eliane de Souza Braz, terapeuta, ainda tenta assimilar o feito:
“Ela conseguir pilotar um helicóptero, gente, é inacreditável. Não caiu a ficha ainda, sabe, mas é grandioso ela chegar onde ela quis.”
Mais que um voo: um novo tempo
Com a conquista, Emily Braz abre caminho para muitas outras mulheres que sonham em ocupar espaços antes restritos aos homens. Além de pilotar helicópteros militares, ela movimenta simbolicamente a história e prova que técnica, dedicação e coragem são independentes de gênero.