A secular Procissão do Cristo Ressuscitado, realizada anualmente no Sábado de Aleluia, não pôde acontecer neste ano em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano. Pela primeira vez, o cortejo católico foi impedido devido a uma festa realizada nas imediações da Basílica de Nossa Senhora da Purificação, no mesmo horário da celebração religiosa.
De acordo com os fiéis, o evento foi realizado por bares, nas imediações da Basílica. O som do evento atrapalhou a celebração. “Um protesto! Sem sair com o Senhor Ressuscitado, anunciando com o nosso testemunho, porque infelizmente não temos a condição de saírmos pelas ruas”, informou o Padre Raimundo Mário de Santana
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Em vídeo obtido pelo portal InstantBA, o pároco e reitor da Basílica, Padre Raimundo Mário de Santana, lamentou o ocorrido e classificou a situação como uma “falta de respeito das maiores”. O religioso ainda convocou os fiéis a cobrarem posicionamento dos representantes políticos da cidade e disse que sua fala é um protesto ao ocorrido “Sem sair com o Senhor Ressuscitado, anunciando com o nosso testemunho, porque infelizmente não temos a condição de saírmos pelas ruas“. (Assista ao vídeo no final da matéria)
“Que possamos realmente chamar aquelas pessoas que damos o nosso voto, os nossos representantes, que a gente cobre deles o respeito que devemos ter, principalmente para as coisas sagradas”, declarou o padre.
Durante a sua fala, Padre Raimundo Mário expressou seu desejo de que a Semana Santa de 2026 em Santo Amaro seja vivida de maneira mais devota e livre de interferências profanas.
“Eu espero que no próximo ano, a Semana Santa seja realmente Santa, voltada para as coisas Sagradas e não para as coisas do demônio. Voltados para a Luz do Ressuscitado, não para o poder das trevas”, reforçou.
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Apesar do tom crítico, o pároco ressaltou que sempre buscou manter uma relação institucional com o poder público, independente de partidos ou gestões:
“Estando aqui, como padre, há 9 anos, eu nunca levantei bandeira política para esse ou para aquele partido. Sempre me fiz amigo de todos, seja lá quem ocupasse aquela cadeira [de prefeito], ali no paço municipal. Sempre procurando colaborar e sempre também pedindo ajuda, porque entendo que a gente deve andar de mãos unidas. Mas não posso me calar diante disso. Porque é realmente uma falta de respeito das maiores!”
A ausência da procissão gerou indignação entre fiéis. A equipe do portal InstantBA solicitou uma nota da Prefeitura Municipal de Santo Amaro, mas até o horário da publicação desta matéria não obteve retorno.
