O pároco Dicarlos Monteiro, da Paróquia Nossa Senhora da Soledade, localizada no distrito de Acupe, em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, manifestou publicamente sua indignação e tristeza diante da realização de festas profanas durante a Semana Santa.
Segundo o sacerdote, eventos com paredões, trios elétricos e blocos nas ruas foram autorizados por autoridades locais, perturbando o ambiente de recolhimento, oração e silêncio, tradicionalmente vivido pelos fiéis católicos durante o período litúrgico mais importante do calendário cristão.
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“Em um período sagrado para os cristãos, dedicado à reflexão, oração e silêncio, fomos surpreendidos pela realização de festas com paredoes, palco e trios eletricos, e vários blocos nas ruas, com o consentimento das autoridades competentes. O barulho excessivo e a falta de respeito ao tempo litúrgico, que a igreja celebra há milênios, feriram diretamente a espiritualidade da comunidade católica local e comprometeram o recolhimento necessário à vivência dos mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.”, declarou o padre Dicarlos.
O religioso ainda agradeceu a atuação da Polícia Militar, que segundo ele evitou transtornos maiores. “Como tem feito ao longo dos anos, agiu em momentos cruciais, garantiu a ordem e a segurança dos fiéis católicos”
A manifestação do pároco reforça um clima de tensão entre a Igreja Católica e o poder público local, especialmente diante da ausência de diálogo prévio sobre a realização dos festejos em datas sagradas.
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“Lamentamos profundamente que interesses festivos tenham se sobreposto ao respeito pela fé e pelas tradições religiosas que marcam há décadas a Semana Santa em nossa região. Reiteramos o nosso apelo por mais diálogo, responsabilidade e sensibilidade por parte das autoridades públicas, para que o sagrado seja respeitado e as manifestações culturais não violem o direito ao culto e à livre expressão da fé.”, concluiu o padre Dicarlos, em tom de apelo à convivência harmoniosa entre cultura e fé.
O fato que ocorreu em Acupe, é semelhante ao ocorrido na sede do município, vivenciado pelos católicos que frequentam a Basílica da Purificação e que não puderam sair em procissão com a Imagem do Cristo Ressuscitado, na noite deste sábado (19).
A Semana Santa é considerada, pela tradição cristã, um dos momentos mais importantes do ano litúrgico, e seu desrespeito levanta debates sobre liberdade religiosa, políticas culturais e convivência de manifestações populares com ritos sagrados.