Um trem do ramal Guapimirim descarrilou na tarde desta quinta-feira (20) no bairro Parque Estrela, em Magé, na Baixada Fluminense. Segundo a concessionária SuperVia, a ocorrência foi causada pela dilatação dos trilhos, que atingiram 71°C devido ao calor extremo, resultando na flambagem da estrutura.
Apesar do incidente, a empresa informou que todos os passageiros foram retirados com segurança e ninguém ficou ferido. No entanto, a circulação no trecho seguiu suspensa até a noite desta quinta-feira para que as equipes realizassem os reparos necessários.
Impacto do calor nas vias férreas
O Rio de Janeiro enfrenta temperaturas elevadas nos últimos dias, com a máxima desta quinta-feira chegando a 40,1°C. Na capital, o protocolo de calor extremo (nível 4) segue ativo, reforçando os alertas sobre os riscos do tempo seco e quente.
A Prefeitura de Magé alertou a população sobre os efeitos das altas temperaturas e recomendou evitar exposição prolongada ao sol, manter hidratação e redobrar os cuidados com crianças e idosos.
O que causa a flambagem dos trilhos?
Especialistas explicam que trilhos de trem são projetados para suportar variações térmicas, mas em temperaturas extremas podem se dilatar e deformar, um fenômeno conhecido como flambagem. Quando a estrutura não tem espaço suficiente para expandir, forma curvaturas que comprometem a estabilidade da via férrea.
O engenheiro mecânico e especialista em gerenciamento de risco Gerardo Portela esclarece que a bitola (distância entre os trilhos) possui uma margem de tolerância para dilatação. “Se o trilho estiver retido nos extremos, sem margem para expandir e contrair, pode se deformar, formando um arco para cima ou para os lados”, afirmou.
Apesar da explicação da SuperVia, o especialista ressalta que apenas uma investigação mais detalhada poderá apontar a causa exata do descarrilamento. “Falhas de manutenção, desgaste das rodas ou do próprio trilho também podem ter contribuído”, completou.