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Salvador,21/11/2024

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    Banco Central eleva Selic para 11,25% ao ano para conter inflação em meio a incertezas globais

    Banco Central eleva a Selic a 11,25% para conter a inflação em meio a incertezas globais. Entenda os impactos na economia.

    Em resposta à alta do dólar e à instabilidade econômica mundial, o Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira um novo aumento da taxa Selic, elevando os juros básicos da economia de 10,75% para 11,25% ao ano. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi unânime e atende à expectativa do mercado financeiro, que já previa um ajuste devido ao cenário macroeconômico adverso.

    Desde agosto de 2022, o Copom vem promovendo um ciclo de ajustes na Selic, que atingiu o pico de 13,75% ao ano e, após sucessivos cortes, iniciou novamente a alta em setembro deste ano. O objetivo é manter a inflação sob controle, especialmente frente ao impacto da valorização do dólar e à seca que pressiona os preços internos, elevando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

    Cenário global e pressões domésticas

    O Copom destacou que o contexto econômico global, particularmente nos Estados Unidos, permanece incerto. Em comunicado, o comitê citou o "clima econômico incerto nos Estados Unidos" como uma das principais fontes de risco, o que, segundo o BC, poderia afetar a desaceleração econômica e a desinflação mundial. A referência ao cenário internacional inclui as expectativas sobre o Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, em manter uma postura de juros elevados, dificultando a normalização das economias globais.

    No cenário doméstico, o Copom também demonstrou preocupação com a política fiscal brasileira e a sustentabilidade da dívida pública. Em nota, o Banco Central reafirmou a importância de “medidas estruturais no orçamento fiscal” para conter o déficit público e reduzir o risco financeiro, colaborando, assim, com o controle da inflação e a política monetária.

    A alta da Selic é o principal instrumento de controle inflacionário, dificultando o acesso ao crédito e, por consequência, reduzindo o consumo e os investimentos. Dados do IBGE mostram que o IPCA de setembro subiu 0,44%, impulsionado pela alta nos preços dos alimentos e pelo aumento das tarifas de energia elétrica. Com essa elevação, o índice de inflação acumulado em 12 meses atingiu 4,42%, próximo ao teto da meta para este ano, estabelecida em 4,5%.

    O último relatório do Banco Central projeta uma inflação de 4,6% para 2024, acima do teto da meta. Essa previsão reflete os impactos da valorização do dólar e as adversidades climáticas no Brasil, como a seca, que encareceu produtos agrícolas. Em contrapartida, juros mais altos também freiam o crescimento econômico. A estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 foi revisada para 3,2%, refletindo um cenário de contenção no consumo.

    As próximas decisões do Copom serão cruciais para a trajetória da economia brasileira. Com o aumento das estimativas de inflação e os desafios no cenário internacional, espera-se que a autoridade monetária mantenha uma postura cautelosa e aguarde mais dados sobre o comportamento do IPCA antes de adotar novos ajustes. A próxima reunião do Copom está marcada para dezembro e poderá confirmar o prosseguimento dessa política de aperto monetário.

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