Tenente-coronel Mauro Cid depõe ao STF e enfrenta possível revogação de delação premiada por omissões
Mauro Cid depõe ao STF sobre delação premiada. Descumprimento dos termos pode levar à perda de benefícios e novas investigações.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (21). A audiência está relacionada aos termos de sua delação premiada, firmada com a Polícia Federal (PF) em setembro de 2023. A colaboração, no entanto, enfrenta questionamentos após inconsistências em depoimentos e novas revelações da Operação Contragolpe.
Na última terça-feira (19), a PF divulgou um relatório apontando que um grupo de militares teria planejado o assassinato do ministro Alexandre de Moraes, do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) em dezembro de 2022. Dados extraídos do celular de Mauro Cid indicaram que Moraes era monitorado após as eleições, fato que contradiz declarações anteriores do colaborador.
Risco à delação
O STF avalia a possível revogação do acordo de Cid, uma vez que omissões ou contradições dolosas podem invalidar os benefícios concedidos ao delator. Entre os privilégios está a liberdade provisória com medidas restritivas, como uso de tornozeleira eletrônica e afastamento de suas funções no Exército.
Se confirmada a violação dos termos, Cid pode voltar à prisão. O conteúdo de sua delação, no entanto, continuará válido para o andamento das investigações, mesmo que o acordo seja anulado.
Implicações nas investigações
A delação de Mauro Cid foi crucial para as investigações sobre possíveis ações antidemocráticas no pós-eleições de 2022, incluindo as bases para novos processos envolvendo Jair Bolsonaro. As mensagens trocadas entre Cid e outros militares detalham supostos planos de monitoramento e ações contra Moraes.
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