Lula deve oficializar território indígena no Mato Grosso do Sul e dialoga com agronegócio
Presidente Lula demarcará a terra indígena Ñande Ru Marangatu e anunciará políticas para povos indígenas no MS, enquanto dialoga com o agronegócio
Na próxima quarta-feira, 4 de dezembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinará a demarcação da Terra Indígena Ñande Ru Marangatu, na cidade de Antônio João, Mato Grosso do Sul. O evento, considerado um marco para os direitos indígenas no Brasil, acontece dois meses após o Supremo Tribunal Federal (STF) solucionar um conflito que durou décadas entre indígenas e fazendeiros da região.
Além da demarcação, Lula aproveitará a ocasião para anunciar novas políticas voltadas à população indígena. Este será o 12º território indígena declarado pelo governo federal desde o início do mandato do petista, em janeiro de 2023.
O território indígena Ñande Ru Marangatu é habitado por comunidades Guarani Kaiowá, que reivindicam suas terras ancestrais há mais de 20 anos. A região, que antes enfrentava disputas acirradas com fazendeiros locais, foi reconhecida como terra indígena após uma decisão favorável do STF, que considerou o direito dos povos originários ao território.
Essa decisão foi um passo significativo para resolver conflitos fundiários na região e garantir a proteção das comunidades indígenas contra invasões e destruição ambiental.
Durante sua passagem pelo Mato Grosso do Sul, Lula também participará da inauguração de uma nova fábrica da Suzano, em Ribas do Rio Pardo. A planta, que representa o maior investimento privado do país em 2024, tem um aporte de R$ 22 bilhões e deve produzir cerca de 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano.
O evento reforça a tentativa do governo de manter diálogo aberto com o agronegócio, um setor fundamental para a economia brasileira, mas frequentemente em tensão com pautas socioambientais.
A demarcação da terra indígena no Mato Grosso do Sul reflete uma estratégia mais ampla do governo Lula para acelerar o reconhecimento de territórios indígenas no país. Desde janeiro, o Ministério da Justiça já assinou 11 portarias declaratórias, com mais 16 processos em andamento em estados como Mato Grosso, Pará e São Paulo.
Essas ações buscam garantir os direitos dos povos originários e combater a exploração ilegal em territórios indígenas, promovendo também políticas de desenvolvimento sustentável.
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