Dólar ultrapassa R$ 6 com incertezas fiscais; Ibovespa recua em semana decisiva
Dólar supera R$ 6 após pacote fiscal do governo, enquanto Ibovespa registra queda com incertezas econômicas.
O dólar encerrou a segunda-feira (2) em alta de 1,07%, cotado a R$ 6,0652 na venda, renovando o recorde histórico de fechamento. A valorização da moeda norte-americana ocorre em meio à reação dos mercados ao pacote fiscal apresentado pelo governo federal na última semana, que inclui a isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil.
Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuou 0,12%, encerrando o dia aos 125,5 mil pontos, refletindo o clima de cautela entre investidores.
Cenário Internacional e pressão fiscal
No panorama externo, investidores monitoram os próximos movimentos do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos. O mercado aguarda o relatório de emprego norte-americano, que pode influenciar a política de juros do país. No entanto, as expectativas para um corte na taxa de juros pelo Fed vêm diminuindo, adicionando pressão ao câmbio.
No cenário interno, o pacote fiscal anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, gerou apreensão no mercado. Embora a isenção do IR para salários de até R$ 5 mil seja uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, analistas questionam a sustentabilidade das medidas anunciadas, que prometem economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos.
Impactos do pacote no mercado brasileiro
O dólar acumulou alta de 3,8% em novembro e agora opera acima de R$ 6, acentuando as preocupações sobre a inflação e os custos de importação no Brasil. O boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, revelou aumento nas expectativas para a taxa de juros básica (Selic) e inflação para 2025, o que reforça o pessimismo dos investidores.
Além disso, as declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que ameaçou países do grupo Brics com tarifas de 100% caso apoiem uma nova moeda internacional, ampliaram as incertezas globais.
COMENTÁRIOS