Na manhã desta quarta-feira (4), o Centro Histórico de Salvador amanheceu em clima de celebração. Vestidos de branco e vermelho, milhares de fiéis e admiradores da cultura baiana se reuniram no Pelourinho para a 383ª edição da Festa de Santa Bárbara. A programação inclui missas, procissão pelas ruas históricas e shows gratuitos, consolidando o evento como uma das mais tradicionais manifestações culturais e religiosas da Bahia.

A Festa de Santa Bárbara teve início com uma alvorada festiva às 6h, seguida por uma missa campal no Largo do Pelourinho. A procissão, com sete andores decorados, percorreu ruas icônicas, como a Praça Municipal e a Baixa dos Sapateiros, encerrando no Mercado de Santa Bárbara. A celebração é uma homenagem tanto à santa católica, padroeira dos bombeiros e dos mercados, quanto à orixá Iansã, símbolo de força e valentia no Candomblé.

O evento remonta ao século XVII, quando o casal português Francisco Pereira do Lago e Andressa Araújo iniciou a devoção à santa. Reconhecida como Patrimônio Cultural da Bahia desde 2008, a festa simboliza a união entre o catolicismo e a religiosidade de matriz africana.

Durante a tarde, a programação cultural toma conta do Pelourinho. Artistas locais e nacionais apresentam-se em diversos palcos, com destaque para o grupo Samba de Oyá, a cantora Márcia Short e o projeto “Samba de Djanira”. Os shows, gratuitos, reforçam a diversidade e a riqueza cultural da Bahia, atraindo tanto moradores quanto turistas.

Outros largos, como o Tereza Batista e o Pedro Archanjo, também oferecem apresentações de samba e música afro-brasileira, ampliando as opções de entretenimento para o público.

Além do caráter religioso e cultural, a Festa de Santa Bárbara também celebra a preservação do patrimônio histórico de Salvador. A Igreja do Rosário dos Pretos, ponto central das celebrações, passou por restaurações nos últimos anos, recebendo investimentos para a conservação de suas imagens sacras e pinturas históricas.