O vereador eleito Junior Figueiredo (PSDB), da cidade de Nazaré, no recôncavo baiano, se entregou à Polícia Federal em Salvador na última quarta-feira (11). Figueiredo era considerado foragido desde a deflagração da Operação Overclean, que investiga um esquema criminoso suspeito de desviar R$ 1,4 bilhão em recursos públicos. A investigação aponta que o político tinha influência direta em contratos da Prefeitura de Lauro de Freitas.

Um esquema bilionário e estruturado

A Operação Overclean desmantelou uma organização criminosa que, segundo a Polícia Federal, atuava de forma coordenada desde 2021. Liderada pelos irmãos Alex e Fábio Rezende Parente, o grupo usava empresas de fachada e contratos superfaturados para desviar recursos provenientes de emendas parlamentares e convênios. Os crimes incluem corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e fraudes em licitações.

A participação de Junior Figueiredo

De acordo com a decisão judicial, Junior Figueiredo tinha “amplo e irrestrito acesso” aos setores da Prefeitura de Lauro de Freitas, chegando a dar ordens diretas para pagamentos relacionados a contratos suspeitos. Um dos principais casos envolve o Fundo Municipal de Saúde e a empresa PAP Saúde Ambiental EIRELI, gerida pelo empresário Alex Parente.

A operação cumpriu 43 mandados de busca e apreensão e prendeu 16 dos 17 alvos em cinco estados. Entre os envolvidos estão políticos, servidores públicos e empresários, incluindo o "Rei do Lixo" José Marcos Moura. As investigações revelaram movimentações financeiras incompatíveis, uso de empresas fantasmas e um sistema sofisticado de lavagem de dinheiro.

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