Vinte e duas pessoas foram presas nesta quarta-feira (9), em uma megaoperação da Polícia Civil da Bahia contra um sofisticado esquema de rifas ilegais que operava por meio de redes sociais. Entre os detidos estão influenciadores digitais com centenas de milhares de seguidores, um casal de “rifeiros” conhecido nas redes e cinco policiais militares, inclusive da ativa.
A operação “Falsas Promessas 2”, conduzida pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), ocorreu simultaneamente em Salvador, região metropolitana, São Paulo e outras cidades do interior da Bahia. Segundo as investigações, o grupo criminoso movimentou R$ 680 milhões com rifas fraudulentas.
Casal de rifeiros e influencer estão entre os chefes do esquema
Os influenciadores digitais Ramhon Dias (com 427 mil seguidores), José Roberto Santos (Nanam Premiações) e Gabriela Silva (com mais de 250 mil seguidores somados), foram presos em condomínios de luxo na Estrada do Coco. Eles são apontados como líderes da organização, responsável por fraudes em sorteios virtuais de carros de luxo e outros prêmios de alto valor.
Proteção policial e manipulação de sorteios
A Polícia Civil revelou que policiais militares da ativa e ex-PMs ofereciam proteção ao grupo, vazavam informações de operações e até participavam diretamente da venda das rifas. Um dos presos, o PM Lázaro Andrade (Alexandre Tchaca), que tem 169 mil seguidores, já havia feito publicações insinuando perseguição e afirmando que “cairia atirando”, sugerindo que revelaria nomes de envolvidos.
>>> Siga nosso perfil no Instagram. Clique aqui!
Esquema de lavagem de dinheiro usava empresas de fachada e sorteios falsos
O grupo utilizava uma estrutura elaborada de lavagem de dinheiro, com empresas fictícias e “laranjas” para ocultar a origem ilícita dos recursos. Os prêmios eram, muitas vezes, entregues a membros da própria quadrilha, reforçando a ilusão de legalidade dos sorteios.
Durante as buscas, foram apreendidos carros de luxo, relógios caros, grandes quantias em dinheiro, notebooks e celulares. A Justiça determinou o bloqueio de até R$ 10 milhões por CPF ou CNPJ investigado, totalizando R$ 680 milhões em valores e bens sequestrados.
A ação mobilizou cerca de 300 policiais civis, com apoio de diversos departamentos especializados e da Corregedoria da PM. A expectativa é que novas fases da operação revelem mais envolvidos, inclusive com conexões interestaduais.