A histórica Ponte Dom Pedro II, que liga os municípios de Cachoeira e São Félix, no Recôncavo Baiano, está sob alerta máximo da Defesa Civil de Cachoeira. Em reunião realizada nesta terça-feira (20), o coordenador do órgão, Pedro Erivaldo, denunciou o avançado estado de deterioração da estrutura.
Segundo Erivaldo, a ponte apresenta ferragens expostas, peças soltas e pilares comprometidos:
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“O local de sustentabilidade da ponte, nos pilares ou nas cabeceiras entre Cachoeira e São Félix, está muito deteriorado. Em alguns locais as peças da ponte estão soltas, o ferrugem já detonou tudo. O restauro está muito lento. Na hora de terminar de fazer o restauro, já vai ter que fazer outro, porque não tem condições: um dia a empresa trabalha, outro dia não trabalha“, declarou.
A ponte foi inaugurada em julho de 1885 e é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Considerada uma das mais importantes obras de engenharia do século XIX no Brasil, possui 365 metros de comprimento e foi construída com material importado da Inglaterra.
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Apesar de sua relevância, a estrutura sofre com o abandono. Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2004 com o Ministério Público Federal previa que a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), responsável pela ponte, realizasse sua restauração em até 36 meses — prazo que já foi ultrapassado em mais de 20 anos.
Em janeiro de 2023, a Prefeitura de Cachoeira anunciou o início da restauração, com conclusão prevista para 2025, mas os trabalhos caminham de forma lenta e sem cronograma visível. Moradores relatam dias inteiros sem atividade da empresa encarregada.
Para piorar, representantes do Iphan, MPF e da FCA não compareceram à reunião convocada pela Defesa Civil, o que ampliou a indignação popular. A população teme que, caso não haja uma intervenção imediata, a ponte entre em colapso.