Na próxima segunda-feira (27), o Ministério Público da Bahia (MP-BA) realizará uma audiência pública para discutir o caso de racismo religioso envolvendo a cantora Cláudia Leitte. A investigação busca apurar a responsabilidade da artista por supostos danos morais causados às religiões de matriz africana, após a substituição do termo “Yemanjá” por “Yeshua” em uma de suas músicas.
A denúncia foi apresentada pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afrobrasileiras (Idafro). Segundo o advogado Hédio Silva Júnior, que representa os denunciantes, o caso será levado “até as últimas consequências” para garantir a preservação dos direitos das religiões afro-brasileiras.
A troca do termo “Yemanjá”, uma divindade do candomblé e da umbanda, por “Yeshua”, expressão associada ao cristianismo, gerou repercussões negativas, sendo vista por lideranças religiosas como uma atitude desrespeitosa à cultura afro-brasileira.
Participantes e instituições envolvidas
A audiência contará com a presença de mais de dez representantes de órgãos públicos e entidades da sociedade civil. Entre os confirmados estão:
Veja também:
- Secretarias Estaduais: Promoção da Igualdade Racial e Cultura;
- Secretarias Municipais de Salvador: Reparação e Cultura;
- Entidades e Conselhos: Idafro, Conselho Inter-Religioso da Bahia (Conirb), Conselho Ecumênico Baiano de Igrejas Cristãs (Cebic);
- Instituições de Preservação: Iphan, Ipac, Fundação Gregório de Mattos;
- Outras organizações: Afa e Fenacab.
A reunião também busca consolidar informações para subsidiar o inquérito civil do MP-BA, promovendo o diálogo inter-religioso e ações de reparação cultural.
Repercussões e importância da audiência
O caso levanta questões importantes sobre racismo religioso e a preservação das tradições culturais no Brasil. Além disso, destaca a necessidade de maior conscientização sobre o respeito às religiões de matriz africana, historicamente marginalizadas no país.