Um estudo recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou uma significativa redução na pobreza infantil no Brasil. Em 2023, o percentual de crianças e adolescentes vivendo abaixo da linha da pobreza caiu para 19,14%, ante 25,44% em 2017. A redução representa 9,8 milhões de crianças em famílias com renda inferior a R$ 355 mensais por pessoa.
O levantamento também apontou que 8,1% das crianças ainda vivem em situação de pobreza extrema, com renda inferior a R$ 209 mensais. Segundo o Unicef, essa redução é atribuída a políticas públicas como a expansão do programa Bolsa Família.
Impacto das Políticas Públicas
De acordo com o relatório, a ampliação dos programas de transferência de renda, como o Auxílio Emergencial e o Auxílio Brasil, foi crucial para essa melhora. Em 2023, cerca de 4 milhões de crianças e adolescentes saíram da pobreza monetária graças ao Bolsa Família.
Além disso, as dimensões analisadas pelo estudo — como acesso à água, saneamento, educação e segurança alimentar — também apresentaram progressos significativos. Entre 2017 e 2023, o acesso à informação melhorou, caindo de 17,5% para 3,5% a proporção de crianças sem conexão adequada.
Desigualdades persistentes
Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta desafios relacionados às desigualdades sociais e regionais. O estudo revelou que 63,6% das crianças negras estão em situação de pobreza multidimensional, em comparação com 45,2% entre crianças brancas.
As privações também são mais severas nas regiões Norte e Nordeste, onde até 90% das crianças enfrentam dificuldades em áreas como saneamento básico e educação.