O Irã lançou entre os dias 13 a 15 de junho uma série de ataques intensos contra Israel — batizados de “Operação Verdadeira Promessa 3” (Operation True Promise III) — em retaliação a ofensivas israelenses recentes. A ofensiva envolveu mais de 150 mísseis balísticos e mais de 100 drones, causando dezenas de mortos e centenas de feridos em Israel, além de extensos danos a alvos militares e científicos iranianos. O confronto desencadeou uma resposta militar israelense, temores de escalada global, reações internacionais e cancelamento de negociações nucleares entre EUA e Irã.
Linha do tempo dos principais eventos
- 13 de junho de 2025 (sábado):
- O Irã inicia o ataque com lançamentos massivos de mísseis e drones sobre seu território, direcionados a Israel.
- A suposta motivação foi a destruição de instalações nucleares e militares iranianas por Israel pouco antes desse ataque .
- 13–14 de junho de 2025 (sábado–domingo):
- Israel interceptou grande parte dos alvos — cerca de 200 disparos — com apoio dos sistemas Iron Dome, David’s Sling, Arrow, bem como sistemas dos EUA.
- Foram registrados 14 feridos e pelo menos 3 mortos em solo israelense no primeiro dia .
- Israel revidou com ataques aéreos contra instalações de defesa no Irã, incluindo centros de pesquisa nuclear e ministério da Defesa, resultando na morte de 14 cientistas nucleares e generais iranianos, segundo fontes israelenses .
- 14 de junho de 2025 (domingo):
- Houve nova onda de ataques iranianos com drones e mísseis, que causaram a morte de mais civis. O total de mortos israelenses subiu para 10 e os feridos superaram 180, principalmente em Bat Yam, Rehovot, Tel Aviv e Kiryat Ekron.
- Israel retaliou atingindo quartéis, bases nucleares em Natanz e Isfahan, além de depredar instalações energéticas no Irã.
- 15 de junho de 2025 (segunda-feira):
- Uma terceira onda de mísseis intitulada “Haj Qassem” (em homenagem a Qassem Soleimani) foi lançada, causando ao menos 6 mortes em Bat Yam e cerca de 200 feridos.
- As autoridades israelenses levantaram o alerta de resguardo e a situação foi classificada como “reduzida”, embora alertas de escalada continuem à vista .
O que dizem os governos?
🇮🇷 Irã
- Chamou o ataque de Operação True Promise III, classificando-o como retaliação por acontecimentos anteriores em que Israel teria destruído suas instalações nucleares e matado comandantes militares.
- Alegou que os mísseis nomeados “Haj Qassem” foram projetados para furar sistemas como o Iron Dome e THAAD, penetrando defesas sofisticadas .
- O porta-voz iraniano avisou que se os EUA, Reino Unido ou França ajudarem Israel, serão alvos de retaliação.
🇮🇱 Israel
- Denunciou os ataques como “impiedosos contra civis” e destacou a eficácia de sua defesa mista, que contou com apoio americano .
- Autoridades afirmam que Israel retaliou com precisão, visando centros militares, nucleares e energéticos no Irã, interrompendo sua capacidade bélica .
- O premiê Benjamin Netanyahu prometeu que o Irã pagaria “um preço muito alto”.
- Membros do gabinete de guerra, como Benny Gantz, elogiaram a aliança com EUA e Reino Unido, que sustentou o bloqueio dos ataques .
🇺🇸 Estados Unidos
- Os EUA auxiliaram na intercepção dos mísseis iranianos, mas negaram participação em ataques ao Irã .
- Declararam que Israel possui o “direito de defesa”, mas alertaram contra uma escalada maior .
- A Casa Branca, liderada por Biden, enfatizou o compromisso de evitar um conflito mais amplo, destacando que não coordenará novos ataques ao Irã .
- Biden manteve contatos diplomáticos com Israel e Jordânia, sublinhando riscos regionais .
🇧🇷 Brasil
- O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, emitiu nota oficial de preocupação, condenando a violência contra civis.
- Pediu o respeito ao Direito Internacional e instou as partes a buscar soluções diplomáticas, sem uso de violência indiscriminada. (Fontes: Itamaraty).
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🌍 Outros países e organismos
- A ONU, por meio de António Guterres, Secretário-geral das Nações Unidas, condenou a “escalação devastadora” e pediu máxima contenção.
- França e Alemanha propuseram negociações imediatas e apelos por moderação .
- O Reino Unido reforçou defesa aérea na região, recomendou não viajar a Israel e avisou cidadãos britânicos.
- Rússia e China pedem desescalada; Putin ofereceu mediação, e Pequim pediu calma .
- Argentina (Milei), México e Brasil enfatizaram o diálogo e defesa de direitos civis.
Impactos geopolíticos e consequências
Diplomáticos
- As negociações nucleares entre EUA e Irã foram suspensas em protesto e advertência iraniana de que são “sem sentido durante hostilidades” .
- O G7 intensificou pressões diplomáticas, pedindo moderação e alertando que uma escalada seria “catastrófica” .
- O risco de um conflito regional aumentou, com consequências para transporte, comércio e segurança internacional .
Econômicos
- O preço do barril de petróleo subiu por temores de perturbações na rota do Golfo Pérsico .
- Airspaces foram fechados ou tiveram alterações, prejudicando logística global e viagens internacionais .
Humanitários e civis
- Em Israel, civis fizeram abrigos emergenciais, doações de sangue e enfrentaram traumas regionais .
- No Irã, há protestos durante o Eid al‑Ghadir e relatos de alto número de vítimas civis (78 mortos, 320 feridos).
- Há receio de implicações na Gaza, Líbano e Jordânia, elevando o perigo para toda a população local.
Cenários futuros
- Desescalada parcial, com cessar-fogo temporário mediado pela ONU e União Europeia.
- Escalada regional, envolvendo grupos como Hezbollah (Líbano) e Houthis (Iêmen), ampliando bombardeios sobre Israel, Irã, Iêmen e Líbano.
- Fortalecimento da presença internacional na região, com EUA, Reino Unido e aliados reforçando defesa e enviando diplomatas.
- Bloqueio diplomático prolongado, com Iran e EUA se distanciando e negociando separadamente após desnível das tensões.
A Operação True Promise III marca uma nova fase no confronto direto entre Irã e Israel — clara deterioração do chamado “shadow war”. O ataque de junio deixou claro que ambos os países têm capacidade ofensiva avançada, mas que preferem operações cirúrgicas e limitadas a um conflito aberto. O apoio de potências como os EUA pode reduzir o impacto imediato dos ataques, mas também aumenta o risco de um confronto em várias frentes — incluindo Líbano, Gaza e até a rota marítima do Golfo. A diplomacia permanece a única escapatória para evitar um ciclo de vinganças com risco de se tornar guerra regional total.