Nicolás Maduro foi empossado nesta sexta-feira (10) para o terceiro mandato como presidente da Venezuela. A cerimônia, realizada na Assembleia Nacional, em Caracas, foi marcada por críticas internacionais, protestos da oposição e promessas de reforma constitucional.
O terceiro mandato de Nicolás Maduro começa sob intenso escrutínio. Apesar de obter 51,9% dos votos nas eleições de 2024, a oposição e diversos países questionam a legitimidade do pleito devido à ausência de dados detalhados por mesa de votação. Durante a posse, Maduro rebateu críticas, afirmando que seu mandato é fruto da vontade popular e não de governos estrangeiros.
Nos últimos dias, atos liderados pela oposição e rumores sobre a prisão de figuras como Maria Corina Machado aumentaram as tensões. O opositor Edmundo González, que prometeu regressar ao país para confrontar a posse, foi alvo de ironias durante o discurso de Maduro, que destacou a ausência de seu adversário e a existência de um mandado de prisão contra ele.
Promessa de reforma Constitucional
Durante o discurso de posse, Maduro anunciou que 2025 será marcado pela atualização da Constituição Bolivariana de 1999. Ele afirmou que a nova versão deve abordar desafios como o impacto das redes sociais e fortalecer os valores humanistas e democráticos do país.
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“Que se atualize os postulados da Constituição sobre a nova sociedade humanista e democrática a ser construída. Que a Constituição seja atualizada para defender o país das novas ameaças tecnológicas que já conhecemos nas redes sociais”, disse Maduro.
O presidente também declarou que uma Comissão Ampla Nacional será formada para conduzir o projeto de reforma constitucional. A Assembleia Nacional desempenhará papel central no debate.
Cenário econômico
Embora a economia venezuelana tenha registrado sinais de recuperação nos últimos anos, o país enfrenta desafios significativos. Com a saída da hiperinflação em 2022, o Banco Central reportou inflação anual de 16,6% em 2024. Estima-se um crescimento de 6,2% do PIB, segundo a Cepal. No entanto, os salários permanecem baixos, afetando a qualidade de vida da população.