Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, propôs neste sábado (25) a retirada de grande parte da população palestina da Faixa de Gaza, transferindo-a para países árabes vizinhos. Durante uma conversa com jornalistas no avião presidencial, Trump descreveu a medida como uma solução para “limpar a coisa toda”, após o conflito devastador entre Israel e o Hamas. A ideia, no entanto, gerou críticas e foi classificada por líderes palestinos como uma tentativa de limpeza étnica.
Trump propõe “relocalização temporária”
Segundo Trump, a medida poderia ser temporária ou de longo prazo, dependendo da receptividade de países como Jordânia e Egito, que já abrigam refugiados palestinos. Em conversa com o rei Abdullah da Jordânia e o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi, Trump sugeriu a construção de habitações para acomodar os deslocados.
Reações internacionais e contexto histórico
A proposta ressoou profundamente na comunidade palestina, relembrando eventos como a nakba de 1948, quando milhares de palestinos foram expulsos durante a criação do Estado de Israel. Líderes palestinos, como Mustafa Barghouti, condenaram a ideia, enquanto representantes da extrema direita israelense aplaudiram a proposta.
Veja também:
Impactos do conflito e destruição em Gaza
O conflito em Gaza deixou 47 mil mortos e destruiu mais de 90% da infraestrutura, segundo a ONU. Trump levantou recentemente o veto ao fornecimento de bombas de 900 kg a Israel, intensificando o debate sobre o papel dos Estados Unidos no conflito.
A proposta de Trump reacende discussões sobre a solução de dois Estados e a viabilidade de negociações de paz no Oriente Médio. Enquanto isso, o cessar-fogo entre Israel e Hamas segue frágil, com novas tensões surgindo a cada dia.