A Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal, desvendou um esquema de tráfico de influência envolvendo empresários e integrantes da administração pública de Salvador. Entre os investigados, surgem menções a Thiago Dantas, atual secretário municipal de Educação, e a possíveis ligações com o ex-prefeito ACM Neto. O foco das investigações é a empresa Larclean, acusada de irregularidades em contratos e pagamentos atrasados.
Os áudios e as conexões
Interceptações telefônicas e escutas ambientais revelaram diálogos comprometedores entre o empresário Marcos Moura, um dos presos na operação, e outros envolvidos. Moura cita conversas com um “amigo” influente para acelerar pagamentos da empresa Larclean.
Em um trecho das investigações, a PF identifica que o termo “zero um antigo” seria uma referência a ACM Neto, ex-prefeito de Salvador. Esse apelido aparece em diálogos nos quais Marcos Moura se gaba de sua capacidade de resolver questões burocráticas por meio de contatos de alto escalão, incluindo Thiago Dantas.
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Thiago Dantas na mira
O secretário municipal de Educação é apontado como peça-chave na regularização de pagamentos à Larclean. De acordo com a investigação, Moura pressionou Dantas para priorizar esses pagamentos, mesmo que em detrimento de outras obrigações da Secretaria. Em uma das conversas, Moura sugere que Dantas utilize um “amigo” influente para resolver impasses, fortalecendo as suspeitas de tráfico de influência.
ACM Neto e as ligações indiretas
Embora ACM Neto não tenha sido citado nominalmente, a investigação conecta sua figura à descrição de “zero um antigo”. A Polícia Federal aponta que Moura teria acionado o ex-prefeito para intermediar negociações com a Secretaria de Educação.
Em outro momento, o empresário menciona que, em situações anteriores, foi o “zero um antigo” quem resolveu assuntos pendentes, reforçando a hipótese de envolvimento de figuras da alta administração municipal.