
Câncer de mama: estilo de vida pesa mais que genética

O modo de vida exerce papel decisivo no risco de desenvolver câncer de mama — muito mais que fatores genéticos. No Brasil, estima-se 73.610 novos casos da doença para o triênio 2023–2025.
Somente entre 5 % e 10 % dos diagnósticos se relacionam a predisposição hereditária.
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Na Bahia, projeções locais indicam cerca de 4.230 novos casos para 2025 — meta semelhante à média nacional de incidência. (Esse número deve ser confirmado com órgão estadual de saúde).
Genética como exceção
A genética influencia uma parcela muito pequena dos casos. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) afirma que apenas de 5 % a 10 % dos tumores mamários são atribuíveis à herança familiar.
Esses casos associados a fatores hereditários costumam envolver mutações em genes como BRCA1, BRCA2, PALB2, CHEK2 e outros.
Mesmo para quem carrega mutações, o desenvolvimento do câncer depende de “segundos eventos” — danos ambientais ou comportamentais que desencadeiam mutações somáticas.
Estilo de vida: fator determinante na maioria dos casos
Especialistas alertam que fatores comportamentais exercem influência determinante no risco de câncer de mama:
- Tabagismo
- Sedentarismo
- Sobrepeso e obesidade
- Consumo excessivo de álcool
- Alimentação pobre (ultraprocessados, baixo consumo de fibras, frutas e vegetais)
- Exposição a radiação ionizante
“Os fatores ambientais e comportamentais estão dentre os principais responsáveis pelo desenvolvimento de vários tipos de câncer, inclusive o de mama”, afirma o oncologista Rafael Batista.
A oncologista Geila Nuñez reforça: “Alimentação equilibrada e prática regular de atividade física podem prevenir cerca de 30% dos diagnósticos de câncer.”
Diagnóstico precoce salva
Além das mudanças de estilo de vida, exames regulares são essenciais:
- Mamografia anual — recomendada normalmente a partir dos 40 anos
- Ultrassonografia mamária quando indicada
- Acompanhamento com ginecologista ou mastologista
Segundo Débora Gaudencio, “além dos hábitos saudáveis para a prevenção, as consultas de rotina com ginecologista e/ou mastologista, os exames de rastreamento, como mamografia anual e ultrassonografia mamária, também são grandes aliados para a detecção precoce do câncer de mama”.
Quando o câncer é diagnosticado em fase inicial, o índice de cura pode atingir 95 %.
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Perfil etário e desafios
Um em cada três casos diagnosticados no Brasil acomete mulheres com menos de 50 anos. Dados do Painel Oncologia Brasil mostraram que mais de 108 mil mulheres com menos de 50 anos foram diagnosticadas entre 2018 e 2023.
Na prática, isso reforça a necessidade de atenção precoce e vigilância constante — mesmo antes da “faixa de risco clássica”.
A especialista Hamanda Nery resume:
“A paciente com casos de câncer de mama na família deve ser criteriosamente acompanhada pelo médico, mas o fator genético corresponde a um percentual baixo de todos os diagnósticos da doença. Adotar um estilo de vida mais saudável pode reduzir consideravelmente a incidência”.
Entre os hábitos protetivos recomendados estão:
- Manter peso adequado
- Não fumar
- Praticar atividade física regularmente
- Evitar alimentos ultraprocessados
- Priorizar fibras, frutas, verduras
- Limitar bebidas alcoólicas
- Evitar consumo excessivo de carne vermelha
Embora a genética desempenhe um papel real no câncer de mama, ela responde por apenas uma pequena fração dos casos. O estilo de vida — com suas escolhas diárias — é o elemento central na prevenção.
Aliado a isso, a detecção precoce por meio dos exames corretos pode transformar o curso da doença e salvar vidas.