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Congelamento de óvulos ganha força entre brasileiras que adiam a maternidade

Especialistas destacam aumento da procura e reforçam importância do procedimento antes de tratamentos oncológicos, especialmente no Outubro Rosa
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11/10/2025
congelamento de ovulos em salvador
Foto: Reprodução
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Adiar a maternidade deixou de ser exceção e se tornou uma tendência entre mulheres brasileiras. Neste Outubro Rosa, o alerta vai além da prevenção ao câncer de mama: o congelamento de óvulos tem se mostrado uma alternativa estratégica para quem deseja preservar a fertilidade, seja por motivos pessoais, profissionais ou médicos.

O método também é essencial para pacientes com câncer de mama, já que tratamentos como quimioterapia e radioterapia podem comprometer a capacidade reprodutiva.

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Queda da fecundidade e avanço da tecnologia

O Brasil vive um momento de queda histórica na taxa de fecundidade. Dados do IBGE (2022) mostram que o número médio de filhos por mulher caiu para 1,55, o menor da série histórica, enquanto a idade média para o primeiro parto subiu para 28,1 anos.

De acordo com a Anvisa, o número de procedimentos de congelamento de óvulos quase dobrou entre 2020 e 2023, impulsionado por mudanças culturais e pela busca de autonomia reprodutiva. A tendência reflete uma realidade mundial: a OMS estima que uma em cada seis pessoas adultas enfrenta algum grau de infertilidade.

Dra Wendy Delmondes Hospital Mater Dei Salvador
Dra. Wendy Delmondes, coordenadora do Centro de Reprodução Humana no Hospital Mater Dei Salvador. | Foto: Divulgação

Especialistas reforçam importância da preservação da fertilidade

No Hospital Mater Dei Salvador (HMDS), o aumento da procura pelo congelamento de óvulos confirma essa mudança de comportamento. A médica Wendy Delmondes, coordenadora do Centro de Reprodução Humana da instituição, explica que o procedimento é uma estratégia eficaz contra o envelhecimento reprodutivo e um aliado no contexto oncológico.

O risco de infertilidade aos 40 anos é mais que o dobro em relação aos 35. Se deseja engravidar sem tratamento, deve-se tentar até os 32 anos. E para pacientes com câncer de mama, o congelamento de óvulos antes do início da quimioterapia é uma medida de precaução que aumenta as chances de realizar o sonho da maternidade no futuro”, destaca Delmondes.


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Ela acrescenta que o processo também oferece tranquilidade emocional às mulheres.

Muitas mulheres se sentem menos pressionadas, porque podem adiar a maternidade sem precisar decidir imediatamente. A maioria não se arrepende, mesmo quando não chega a utilizar os óvulos congelados”, explica.

Pesquisas internacionais indicam que, embora a maioria das mulheres saiba que a fertilidade declina com a idade, poucas conhecem o momento exato em que essa queda se intensifica. Além disso, muitas superestimam as chances de engravidar em idades mais avançadas, mesmo com o uso de técnicas de reprodução assistida.

“Os melhores resultados são obtidos quando o congelamento acontece antes dos 37 anos e com maior número de óvulos disponíveis”, orienta a médica.

Transformação cultural e liberdade de escolha

O congelamento de óvulos também representa uma mudança cultural profunda. Antes, a maternidade era definida por prazos biológicos; hoje, a tecnologia amplia as possibilidades de escolha.

Estudos internacionais demonstram que bebês nascidos de óvulos congelados têm os mesmos índices de saúde que os de gestações naturais, reforçando a segurança do método.

Na Bahia, centros especializados em reprodução humana, como os de Salvador, têm registrado aumento na demanda por procedimentos que asseguram autonomia reprodutiva.

Cabe a nós, profissionais de saúde, oferecer informação clara e no tempo certo, para que cada mulher possa decidir de forma consciente sobre o seu futuro reprodutivo — seja porque ainda não encontrou o parceiro, não está preparada, deseja esperar mais um pouco ou precisa enfrentar um tratamento contra o câncer”, conclui Wendy Delmondes.

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