No próximo dia 28 de maio, Dia Internacional da Dignidade Menstrual, a Plan International Brasil, instituição sem fins lucrativos que trabalha para romper ciclos de violências contra meninas, promove uma ação no Colégio Estadual Professora Nadir Araújo, em Camaçari (BA). A atividade é voltada para estudantes, professores, servidores e pais, e busca ampliar o debate sobre menstruação, desmitificar tabus e oferecer informações às pessoas.
A programação inclui palestras, rodas de conversa sobre tabus envolvendo a menstruação, apresentação de diversos métodos de coleta do sangue menstrual e construção do bracelete do ciclo. Ao longo do dia, serão distribuídos absorventes para o público presente e kits de higiene para estudantes. No local, também estarão disponíveis educadoras da Plan Brasil para prestarem orientações, sanarem dúvidas e distribuir materiais informativos.
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De acordo com Elaine Amazonas, gerente de projetos da Plan Brasil na Bahia, a ação foi pensada para aproximar toda a comunidade escolar da discussão da temática e realizar a transformação pela base. “Enfrentar a falta da dignidade menstrual e combater a desinformação são causas que devem ser implementadas em diversos setores e instituições da sociedade brasileira, principalmente no ambiente educacional, que tem a capacidade de contribuir para transformar a realidade. A escolha de um colégio público está diretamente ligada à mensagem que queremos transmitir: a mudança começa na educação básica”, explica Elaine.
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A gerente também explica que as atividades foram planejadas no intuito de promover a interação entre os públicos. “É fundamental que os servidores, professores e pais estejam devidamente preparados para lidar com as questões relacionadas à menstruação vividas pelas pessoas que menstruam. Todos devem estar munidos de informações corretas para darem o suporte necessário. A ideia é também promover um espaço que diminua as distâncias e estimule o diálogo sem barreiras”, finaliza.
Dados sobre pobreza menstrual
A pobreza menstrual é uma realidade que compromete o acesso à educação, saúde e dignidade de milhões de meninas e mulheres no Brasil. Veja abaixo alguns dos principais dados sobre essa realidade:
- 1 em cada 4 meninas brasileiras falta à escola durante o período menstrual, o que afeta diretamente sua aprendizagem e permanência nos estudos.
- Cerca de 4 milhões de meninas vivem em situação de privação de itens básicos de higiene nas escolas.
- Mulheres que estão entre os 5% mais pobres da população precisam trabalhar até 4 anos para custear os absorventes necessários ao longo da vida.
- 33% das mulheres brasileiras já usaram papel higiênico, pano, jornal ou até miolo de pão como substituto do absorvente.
Esses dados evidenciam a urgência de políticas públicas e ações concretas como a que será realizada em Camaçari, que combinam educação, acesso e conscientização para combater a desigualdade de forma estruturante.
