A venda da tadalafila cresceu 60% na Bahia em um ano, tornando-se um fenômeno além do tratamento da disfunção erétil. Popular entre jovens e frequentadores de academias, o medicamento vem sendo utilizado como pré-treino e até mesmo para potencializar a performance em eventos como o Carnaval, apesar da falta de comprovação científica para tais fins.
O aumento expressivo está ligado ao uso recreativo e não indicado do fármaco. Muitos jovens o utilizam com a esperança de aumentar a resistência física e melhorar a circulação sanguínea durante treinos intensos ou festas prolongadas. A tendência ganhou força principalmente através de influenciadores digitais, que mencionam o medicamento em vídeos virais e redes sociais.
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Popularização e influência da internet
Além de ser citado em conteúdos humorísticos e músicas, o fármaco também aparece em formatos inovadores, como balas de goma comercializadas online. Essa disseminação midiática contribui para a percepção equivocada de que a tadalafila pode ser utilizada livremente, ignorando seus efeitos colaterais e contraindicações.
De acordo com especialistas, o medicamento foi desenvolvido para tratar disfunção erétil e hipertensão arterial pulmonar, não havendo evidências robustas que sustentem seu uso para desempenho físico ou festas. Seu consumo indiscriminado pode causar efeitos adversos, como queda de pressão, dor de cabeça, tontura e, em casos mais graves, complicações cardíacas.
Alerta das autoridades de saúde
O aumento da demanda também gera preocupação entre autoridades sanitárias. A venda irregular sem prescrição se tornou comum, facilitando o acesso irrestrito ao medicamento. Anvisa e Ministério da Saúde alertam sobre os riscos da automedicação e do uso descontrolado do fármaco sem acompanhamento médico.
Diante desse cenário, especialistas recomendam maior fiscalização e campanhas educativas para conscientizar a população sobre os riscos do uso inadequado da tadalafila.