O cantor baiano Kannalha afirmou nesta sexta-feira (6) que o pagode com duplo sentido não busca influenciar comportamentos e reflete apenas a linguagem popular das ruas.
Em entrevista à Rádio Metropole, Danrlei Orrico, o Kannalha, explicou que o pagode baiano com letras de duplo sentido tem apelo geracional, mas não deve ser interpretado como influência direta no comportamento de quem consome. O cantor ressaltou que cresceu ouvindo letras ousadas, mas isso nunca o moldou negativamente.
“Espero que não seja influência para ninguém”, afirmou o artista. Para ele, a crítica ao estilo musical revela um conflito entre gerações. “Os gêneros que tocam hoje nos paredões não são puros. Tem o pagofunk, mistura com outra cultura aqui do Brasil, mas não deixa de tratar da Bahia. Ele se divide do pagodão. Consigo diferenciar isso dentro do meu projeto. Qual é a linguagem e as intenções, o que é mais proibido. O pagode é muito discriminado porque a galera não se acostumou. Vim de uma linha sonora que era muito mais pesada, mas busco minha melhora”, disse. O cantor ainda destacou que sua atual sonoridade é mais leve que no início da carreira.
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Sobre o hit viral “O Baiano”, Kannalha contou que a música nasceu no improviso durante o verão, inspirada em expressões típicas do povo baiano. “Eu sabia que meu público entenderia rapidamente. É uma música para descontrair e valorizar o nosso jeito”, completou. A tendência, segundo ele, é que o pagode continue evoluindo com respeito à linguagem popular.