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15% dos jogadores de bets na América Latina se endividam para apostar

Para Aline Soaper, os jogos de apostas podem gerar o vício, que leva à altas despesas
Por:
01/05/2025
apostas bets

Os jogos de apostas não são um problema exclusivo do Brasil. Um exemplo disso é o relatório Consumer Pulse Latam 2025, da Bain & Company, que revelou que 15% dos entrevistados na América Latina admitiram estar endividados ou já terem pedido dinheiro emprestado para apostar. A pesquisa foi realizada em março de 2025, com cerca de 5.700 pessoas em países como Argentina, Colômbia, Chile, México e Peru. Para a educadora financeira Aline Soaper, os dados são preocupantes, pois os jogos de apostas podem se tornar um vício, levando à perda de controle financeiro e ao comprometimento de recursos além do que é possível gastar.
 

À primeira vista, o jogo parece ser uma brincadeira que gera dinheiro. O jogador recebe, muitas vezes, até um bônus para conhecer o jogo. Porém, quando a pessoa menos espera, já está viciada, apostando dinheiro do próprio bolso e criando dívidas. Jogo não é investimento, não é renda extra. Infelizmente, as pessoas acham que nada de ruim pode acontecer com um joguinho eletrônico inocente, uma vez que só estão ganhando, mas uma hora a conta chega. Isso acontece porque nós, seres humanos, somos facilmente dominados pelas emoções e somos também muito competitivos”, explica Soaper.
 

Ainda de acordo com o relatório, em relação aos participantes brasileiros, 26% afirmam estar economizando menos dinheiro para poder apostar. Já 24% relatam ter gastado menos em bens e serviços não essenciais. 16% indicam ter reduzido o consumo de bens e serviços essenciais, e 16% afirmam ter contraído dívidas ou pedido dinheiro emprestado para apostar. Segundo Aline, há diversas maneiras melhores de ganhar dinheiro sem precisar colocar a própria vida ou a da sua família em risco.
 

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As estimativas do Banco Central são ainda mais preocupantes. De acordo com o relatório feito, de janeiro a março deste ano, os jogadores brasileiros destinaram cerca de R$ 30 bilhões de reais por mês para casas de aposta. O valor expressivo pode aumentar nos próximos meses, já que a lista de bets aumentou, a medida do governo federal foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) na última quinta-feira (24).
 

O valor que é usado para apostar nesses jogos de azar poderia ser usado para momentos de diversão com a família. Porém, é importante ressaltar que o vício nas bets, na verdade, provoca um atrito familiar, já que muito provavelmente esses jogadores gastam todas as economias. Por isso, o melhor é nem chegar perto desse tipo de jogo, é muito difícil encontrar uma forma segura de gastar apenas um dinheiro disponível para lazer“, afirma a educadora financeira.
 

A especialista ressalta também que não importa o quanto de autocontrole uma pessoa acha que tenha, os neuro estimuladores liberados durante os jogos superam a capacidade de autocontrole humana. “Diversos estudos em universidades dos EUA, desde 1997, demonstram o poder de vício existente em atividades aparentemente inofensivas, como um jogo online. A dopamina liberada durante o jogo, cria uma dependência que faz a pessoa continuar jogando, mesmo sabendo que precisa parar, é como um vício em drogas ou bebidas.”
 

A preocupação em relação ao alto consumo de apostas online em outros países da América Latina não é diferente. Em média em relação ao Peru, Argentina, Chile, Colômbia, entre outros, é de que 26% dos jogadores relataram ter gastado menos em bens e serviços não essenciais. 20% reduziram o consumo de bens e serviços essenciais, e 26% estão poupando menos dinheiro para poder apostar.
 

Temos visto uma vasta quantidade de pedidos de ajuda vindo de pessoas que perderam até mesmo a casa da família por pegar empréstimos para jogar, agora estão com a vida destruída e não conseguem parar. Jogar vira uma forma de lazer para quem tem dinheiro disponível, porém é tão perigosa quanto a bebida. A melhor saída para evitar que isso aconteça, é ter uma boa educação financeira“, Aline indica.
 

Aline também recomenda que jogadores procurem formas mais saudáveis para diversão, como esportes, leitura, tempo em família, e que não se iluda com dinheiro fácil. Estudar e trabalhar continua sendo a melhor forma de gerar dinheiro e crescer financeiramente. E para quem deseja uma renda extra, o microempreendedorismo é um caminho, seja vendendo doces caseiros ou prestando pequenos serviços.

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